segunda-feira, 22 de março de 2010

Câmara dos EUA aprova reforma no sistema de saúde


Presidente dos EUA, Barack Obama, divulga comunicado sobre a aprovação final da lei do sistema de saúde pela Câmara dos Deputados, ao lado do vice-presidente, Joe Biden, na Casa Branca em Washington. 21/03/2010 REUTERS/Jonathan Ernst



"Yes, we can" ("Sim, podemos")
WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deu aprovação final para a reforma no sistema de saúde do país no domingo, expandindo a cobertura para quase todos os norte-americanos e dando ao presidente Barack Obama uma vitória histórica

Numa votação de 219 votos favoráveis e 212 contrários, os democratas da Câmara aprovaram as mudanças mais significativas nas políticas de saúde em quatro décadas. O projeto, já aprovado pelo Senado, vai agora para a sanção de Obama.
A reforma ampliará a cobertura para 32 milhões de norte-americanos, expandindo o plano de saúde do governo para os pobres, impondo novas taxas aos mais ricos e proibindo práticas de seguradoras como se recusar a atender pessoas com problemas médicos preexistentes.
A votação põe fim a um ano de batalhas políticas com os republicanos, que consumiu o Congresso dos EUA e abalou as taxas de aprovação de Obama.
"Nesta noite, num momento em que especialistas diziam que não era mais possível, nos elevamos sobre o peso da nossa política", disse Obama no final da noite na Casa Branca.
"Essa lei não consertará tudo que afeta nosso sistema de saúde, mas certamente nos levará decisivamente na direção correta. É com isso que a mudança se parece", disse.
Os democratas na Câmara comemoraram quando o número de votos chegou a 216, total necessário para a aprovação, e gritaram slogan da campanha que elegeu Obama. Todos os republicanos se opuseram ao projeto e 34 democratas se juntaram a eles ao votarem contra a reforma.
Republicanos e críticos na indústria da saúde disseram que a proposta de lei de 940 bilhões de dólares era uma intervenção autoritária no setor que ampliará os custos, aumentará o déficit orçamentário e reduzirá as escolhas dos pacientes.
Ambos os partidos se prepararam para mais uma batalha sobre a reforma do sistema de saúde na campanha para as eleições do Congresso em novembro, e opositores em todo o país prometeram desafiar a lei em nível estadual.
GRANDES MUDANÇAS
A reforma de saúde, principal prioridade doméstica de Obama, introduzirá as maiores mudanças no sistema de saúde norte-americano de 2,5 trilhões de dólares desde a criação, em 1965, do programa de saúde pública Medicare, voltado a idosos e deficientes.
A reforma exigirá que a maioria dos norte-americanos tenham cobertura de saúde, dará subsídios para ajudar trabalhadores de baixa renda a pagar pela cobertura e criará trocas em nível estadual onde os não-segurados possam comparar e escolher os planos.
Os deputados democratas também aprovaram um pacote de mudanças na proposta de lei do Senado no domingo. O Senado receberá esse pacote nesta semana sob regras de reconciliação orçamentária, o que precisa de apenas uma simples maioria para ser aprovado.
Republicanos disseram que iriam desafiar essas mudanças no Senado e acreditam que podem bloquear sua aprovação.
"Senadores republicanos agora farão tudo em nosso poder para substituir os gigantescos aumentos em impostos, cortes do Medicare e mandatos dentro das reformas que nossos constituintes têm exigido durante o debate", disse o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell.
A indústria das seguradoras de saúde foi fortemente contra a reforma, mas as ações das seguradoras reagiram no final da semana passada enquanto investidores começaram a perceber que seus piores tremores não haviam se materializado.
A aprovação final da proposta de lei representou uma impressionante reviravolta desde janeiro, quando o projeto foi considerado morto depois que os democratas perderam um 60o voto crucial no Senado em uma eleição para a cadeira de Massachusetts na Casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário